
Piscicultura
A piscicultura, entendida como produção racional de peixes em quaisquer de suas fases de desenvolvimento, é uma atividade importante e viável economicamente. Como a atividade produtiva adquiriu caráter técnico/empresarial moderno nos últimos anos da década de 70 e registrou durante os anos de 80, considerável aperfeiçoamento, proporcionado melhoria sócia econômica nas regiões em que foi implantada. Estima-se que seja produzido anualmente no Brasil, ao redor de 200 milhões de alevinos, tendo uma estimativa de produção nacional de pescado cultivado da ordem de 60 mil toneladas ano. Somente os 30% dos alevinos comercializados serão abatidos com peso médio de 1 Kg. Apesar dos recursos hÃdricos que o Brasil dispõe, mais de 50% do pescado que consome é importado, principalmente da América Latina. Por outro lado, a produção nacional, na sua quase totalidade, é oriunda do extrativismo. A conseqüência imediata é o aumento do preço, o que torna o peixe não mais uma opção de alimento, mas uma iguaria, acessÃvel apenas a uma pequena parcela da população, com poder aquisitivo mais elevado. A tendência é esta situação se agravar, pois, ainda que o pescado figure no cenário mundial como a quinta commodity ao seu setor, representando 7,5% de toda a produção global de alimentos, cerca de 60% dos estoques pesqueiros mundiais são considerados superexplorados. Fica bastante clara a projeção para o futuro: se não se produzir alimento a partir de criações racionais, no caso de peixes, a partir da aqüicultura, os estoques naturais se esgotarão e alguns produtos ficarão tão raros – conseqüentemente, caros – que cada vez menos poderão consumi-los.
A criação racional de peixes, como qualquer atividade agropecuária, pressupõe o conhecimento prévio da adequação de um determinado local para a sua realização, bem como o estabelecimento das espécies mais indicadas, do sistema de produção, etc. A quantidade de insumos e tecnologia a serem introduzidos, com menor ou maior produção resultante, determinam o sistema de criação que pode ser empregado. Estes sistemas vão desde o extensivo, que é praticado em grandes áreas e sem introdução de nenhuma tecnologia, passam pelos semi-intensivos e intensivo, com áreas menores e crescente aumento de tecnologia, chegando até sistemas superintensivos, onde é atingidas a máxima produtividade, com altÃssimas densidades de estocagem, rações balanceadas, intensa renovação de água e aeração.
A escolha de um outro sistema depende diretamente da tecnologia que se quer adotar, associada, evidentemente a investimentos crescentes, conforme avança o grau tecnológico. No caso da criação voltada para a indústria, os sistemas intensivos e superintensivos são os mais adequados, devido ao volume de produção expressivo que suportam. Pela sua própria concepção, precisam ser conduzidos com excelência, pois trabalham com cargas elevadas (Kg peixes / m3), dependem de água mantida no melhor padrão de qualidade e alimento balanceado nutricionalmente completo.
Cada tipo de criação (produção) tem um jeito próprio. Embora seja uma atividade técnica, que precisa de cuidados especÃficos, alguns tipos são mais simples que outros.

